quarta-feira, 31 de março de 2010

Saudade


Hoje é um dia de saudade. Saudade da minha velhinha que se foi há exatamente sete meses. E é assim todo dia 31. Fico eu a pensar que poderia ter dito o quanto a amava, que ela era sim importante, era um ‘porto seguro’. Mesmo com todos os nossos desentendimentos (o que é normal entre avó e neta adolescente) ela me passava tamanha segurança. Algo que eu já não sinto tanto. E, se ela estivesse aqui, tanta coisa não teria acontecido. Está tudo pelo avesso. Tive que alçar novos vôos, novas responsabilidades... Cada um da família indo pra um lado. Já não é mais a mesma coisa. Sexta-feira Santa é dia de almoçar todo mundo junto. E cadê ela?! Cadê aquela velhinha que unia todos e nos fazia dar risada? Aquela que achava lindo ver todo mundo reunido, que ‘babava‘ os netos, fazia comidinhas deliciosas. É... A vida tem dessas coisas. Precisamos mesmo perder algo ou alguém pra darmos valor. Hoje eu sei o quanto isso é verdade. Essa perda me faz aprender cada dia mais. Os meus pensamentos estão a mil. O medo é constante. Medo de não conseguir tudo o que quero, de dar tudo errado, de me distanciar cada vez mais da família. Eu sei que ninguém fica nesse mundo pra sempre e que nada é por acaso. Mas bem que ela poderia ficar um pouco mais. Poderia ver ao menos algumas das minhas vitórias. Chegar em casa e não tê-la por perto pra falar como foi o meu dia é algo terrível pra mim. Antes, quando eu chegava da rua, estava ela sentada no sofá da sala, me ouvia, dávamos risadas, eu fazia o leitinho dela e, na hora de dormir, a pegava pela mão, levava até o quarto e dava ‘boa noite’. Mas é isso mesmo. Talvez isso seja necessário pra eu aprender a tomar decisões de ‘gente grande’.

“Me olha da onde estiver

Que eu vou te mostrar que eu tô pronta

Me colha madura do pé
Me mostre um caminho agora

Um jeito de estar sem você

O apego não quer ir embora

Diaxo, ele tem que querer”

terça-feira, 23 de março de 2010


Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos são pássaros engaiolados,
sentimentos são pássaros em vôo.


Mário Quintana

domingo, 14 de março de 2010



Às vezes, a solidão se faz necessária.


Necessária para refletirmos, para nos entendermos, questionarmos a nós mesmos sobre o certo e o errado, “isso ou aquilo”, sobre o que nos rodeia, enfim.


Mas, em meio a toda essa reflexão e questionamento, nem sempre obtemos as respostas que queremos. Muitas vezes a partir desses, surgem outros questionamentos. E aí começamos a querer saber todos os ‘porquês’ da vida. Pra mim, é querer saber demais. Porque o mais legal da vida é justamente todas essas coisas que acontecem e nós não sabemos o porquê. Por vezes, coisas ruins acontecem, por outras, coisas boas. E é tudo servindo como aprendizado. Tudo!



Gabi Casé.